A BUSCA PARA ILUMINAÇÃO: A JORNADA DO ARCANO "O LOUCO"
i n t r o d u ç ã o
Desde jovem sempre foi curioso e fascinado pelo desconhecido. Minhas experiências sobrenaturais começaram desde cedo como sonhos, visões, sensações, desde então eu venho explorando o mundo exotérico e buscando entender melhor a força que governa o universo.
Nesse relato compartilharei algumas das minhas experiências mais significativas que mudaram minha perspectiva sobre a vida e o universo.
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CAPÍTULO 1 - O PRIMEIRO PASSO
Meu primeiro contato com o mundo espiritual ocorreu em 2010, através da igreja evangélica que meus pais frequentavam e onde eu era levado. Lá, presenciei exorcismos, orações e atos sobrenaturais comuns nas igrejas evangélicas pentecostais. Conforme assistia a essas cenas, sentia uma grande curiosidade e mistério, e desejava entender o porquê de tudo aquilo.
Desde criança, sempre tive sonhos estranhos, às vezes minimalistas e fantasiosos, mas nunca havia presenciado ou experimentado algo sobrenatural. No entanto, cresci ouvindo relatos e testemunhos sobrenaturais dentro da igreja, o que me fazia acreditar que, em algum momento, poderia acontecer comigo.
Em 2013, minha mãe passou por uma crise no seu casamento com o meu padrasto, e paramos de ir à igreja. Com o tempo, as brigas e violências verbais em casa aumentaram, afetando meu bem-estar. Certa noite, acordei e vi uma luz acesa do outro lado da cortina que separava minha cama da porta. Quando olhei, vi a sombra de um homem com botas de pedreiro entrando no meu quarto. Fechei os olhos com força, e, quando os abri novamente, não vi mais nada.
No dia seguinte, contei o ocorrido à minha mãe e ao meu padrasto, mas eles não acreditaram em mim. Com o passar do tempo, comecei a ouvir barulhos estranhos na casa e a sentir presenças. Minha mãe e meu padrasto, que ainda acreditavam no espiritual, chamaram algumas pessoas da igreja para fazer uma noite de oração em nossa casa.
Após a oração, uma das mulheres disse à minha mãe: "Ele disse que vai, mas ele volta." Uma semana depois, minha mãe chegou do trabalho e pendurou sua bolsa em um prego na parede ao lado do meu guarda-roupa. Ao entrar no quarto, reparei que uma das portas do guarda-roupa estava entreaberta. Ao procurar um pote de castanha de caju na bolsa, ouvi um barulho vindo de trás e vi que a porta do guarda-roupa havia mudado de posição.
Fiquei assustado, mas tentei não demonstrar. Quando encontrei o pote, me virei e as duas portas do guarda-roupa bateram como se estivessem sendo abertas e logo depois soltas. Corri para contar à minha mãe, que foi até lá e não encontrou nada.
No final de 2014, minha mãe se separou do meu padrasto devido à sua agressividade e mudança de comportamento. Descobriu-se posteriormente que ele tinha problemas psicológicos sérios.
Desde então, cresci praticando e acreditando na fé e no espiritual. Ao longo desses anos, tive várias experiências esotéricas, como sonhos, projeções astrais, paralisias do sono, fenômenos e aparições de seres e espíritos. Esse processo me fez amadurecer espiritual e psicologicamente.
No entanto, houve um acontecimento que mudou totalmente o rumo da minha vida.
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CAPÍTULO 2 - A EXPERIÊNCIA
Difícil de decidir qual acontecimento espiritual na minha vida pode ter me transformado mais, mas acredito que cada um tenha sua influência sobre isso. No entanto, no começo de 2024, eu tive uma projeção astral muito intensa que me fez refletir sobre o que eu acreditava e até onde minha mente estava disposta a absorver novos conhecimentos.
Em um dia qualquer, voltando do trabalho, eu estava muito cansado. Tinha sido um dia muito produtivo e só queria tomar banho e dormir. Cheguei, tomei banho e dormi. A última coisa que me lembro daquela noite foi de ter deitado na minha cama e ter fechado os olhos. Instantaneamente, senti todas as sensações da projeção astral.
Depois disso, lembro de abrir os olhos e estar em um lugar que me lembrava um clube, com piscinas, área de lazer para crianças e adultos. Vi que estava anoitecendo e que tinha várias pessoas ali se divertindo, conversando e vivendo suas vidas. De repente, ouço fogos de artifício e olho para o horizonte, vendo algumas pessoas soltando fogos.
Parecia que estavam comemorando alguma data ou ocasião. Fiquei um tempo olhando e raciocinando. Quando entendi que aquilo não era um sonho, mas sim uma projeção astral, tentei acalmar meus sentimentos e pensamentos. Lembro de olhar para o lado e ver um escorrega para piscina. Ele era um pouco alto e precisava de escada para subir.
Então, eu subi e fiquei olhando as coisas lá de cima. Uma criança subiu também e sentou-se ao meu lado. Fiquei olhando para ele, pensando na minha cabeça se ele sabia que aquilo tudo não era real. Depois de observar um pouco os fogos de artifício, vi um homem baixo, aparentemente com 40 a 50 anos, careca e com bigode branco. Ele usava óculos e uma toalha entre o pescoço e uma sunga.
Perguntei se ele sabia que horas eram. Ele então me mostrou um relógio do pulso e disse que eram 18h16. Eu olhei para o céu e vi o tempo passar mais rápido, como se tudo tivesse acelerado. Perguntei se ele sabia que aquilo não era a Terra e que aquilo tudo não era real. Ele me disse que não lembrava de nada e que não sabia que lugar era aquele.
Perguntei se, na Terra, ele se lembrava de algum problema de saúde. Ele disse que sim, que tinha um problema de pulmão. Então, parei outra moça que estava passando, aparentemente com uns 35-40 anos. Ela tinha os olhos azuis e era loira. Eu olhei nos olhos dela e perguntei se ela sabia o que era tudo aquilo. Ela falou que não sabia também e que não sabia o que estava fazendo ali.
Foi ali que eu entendi que aquilo tudo poderia ser uma realidade paralela ou algum tipo de lugar no mundo astral pois ja tinha lido sobre. Então, eu mencionei: "Gente, será que aqui não é um umbral?" O senhor de óculos olhou para mim e falou: "Você já foi num umbral? Eu já estive lá, é horrível." Eu então fiquei um pouco com medo e senti minha vibração mudar. Fechei os olhos e concentrei meus pensamentos para que minha energia não me levasse a um limiar. Depois que fiz isso, um pouco à minha frente, eu vi uma porta no meio da passagem onde as pessoas estavam andando. Senti que eu devia passar por ela e me despedir do homem e da mulher. Eu dei um abraço bem forte neles, quase chorei, porque eu senti que conhecia eles de algum lugar.
Agradeci pela ajuda e desejei boas energias. Abri a porta e entrei. Quando passei pela porta, eu vi que estava no meu trabalho, na época trabalhava em uma loja de varejo. Nessa loja, aparentemente, tinha umas plantas à venda, coisa que na realidade não tinha.
Observei um pouco elas e comecei a andar pela loja. Vi algumas pessoas que me cumprimentavam como de costume, mas algumas coisas estavam meio estranhas. Vi uma amiga minha que tinha uma irmã gêmea, o que não era verdade na realidade. Acho que essa foi a coisa mais bizarra que eu vi nesse lugar.
Continuei andando e parei junto à minha amiga mais próxima. Contei a ela o que estava acontecendo: estava em um sonho e tudo aquilo não era real. Ela então me disse: "Nilton, você devia sair daqui. Sai pelo portão, já que você não quer ficar aqui." Eu me virei de costas e vi que já não era mais a loja onde eu trabalhava, mas sim uma casa comum que eu não conhecia.
Estava dentro da casa, então abri o portão de fora e saí na rua. Ao sair, percebi que a estrada era de barro e ficava entre a mata e a cidade grande. Dava para ver a cidade a partir da casa onde eu estava. Comecei a andar em direção à cidade na estrada de barro e comecei a ver o tempo passar.
Quando cheguei na cidade, vi que era a cidade onde eu moro hoje, mas estava diferente. Tudo era mais verde, a vegetação dominava nas estradas e avenidas. As lojas que existem na realidade também existiam nessa projeção, mas estavam totalmente diferentes.
Comecei a andar pela cidade, observando e pensando no que estava acontecendo. Vi que já tinha se passado um dia contado e eu estava ficando preocupado porque não estava acordando daquele sonho ou daquela projeção. Comecei a ficar nervoso e um pouco aflito.
De repente, ouvi uma voz no meu ouvido me dizendo: "Isso que você está vivendo é uma das vidas do seu mentor." Ao ouvir isso, eu olhei para o lado e vi um homem sentado no chão em posição de meditação. Ele era grande, careca, tinha um nariz inchado e a pele flácida. Na minha cabeça, senti que aquele era o meu mentor.
Fiquei mais calmo e continuei a caminhada. Entrei em uma rua com muita vegetação e, no meio dessa vegetação, havia um grupo de pessoas encapuzadas, tipo as entidades do filme "A Vila". Eles me observavam enquanto eu passava, meio que querendo me seguir.
Continuei a caminhada e, ao chegar um pouco mais na frente, um deles continuou me seguindo. Comecei a correr e ele começou a correr atrás de mim. Corri o máximo que pude e, quando cheguei perto da cidade novamente, ele parou de me seguir, como se fosse impedido de atravessar aquela parte.
Nesse momento, observando ele parado, eu senti meu espírito sair do corpo e entrar nesse ser que estava me perseguindo. Então, eu me vi pelos olhos dele, mas a figura que eu via não era eu e sim uma adolescente mulher de mais ou menos 14 a 17 anos.
Eu falei para essa menina, pela boca desse ser: "Você acha que está difícil? Agora vai ficar bem pior." Então, essa entidade pôs a mão na bolsa da manta que o cobria e tirou um pedaço de carne e uma adaga. Começou a esquentar muita força esse pedaço de carne.
Depois de fazer isso, eu senti meu espírito saindo do corpo dessa entidade. Agora, fiquei frente a frente com essa menina, eu como espírito e ela como carne. Ela correu em direção à cidade e, ao sumir da minha vista, reapareceu correndo ao meu encontro de novo.
Só que, ao chegar mais perto, percebi que ela já estava mais velha, com 25-27 anos, com roupas rasgadas e acessórios reciclados. Ela então olhou para mim e me disse que ficou presa quando era adolescente em um vórtice temporal de uma realidade paralela e não conseguiu voltar.
Ela começou a me agradecer e eu perguntei por quê. Ela me disse que, naquela realidade na qual ela ficou presa, ela conheceu uma versão minha na qual eu era jogador de Búzios. Quando ela contou o que tinha acontecido com ela, o meu eu daquela realidade foi o único que acreditou na história dela, pois as pessoas achavam que ela era louca. Eu então dei um beijo na testa dela e, automaticamente, eu abri meus olhos na minha cama, em minha casa, depois de ter chegado do trabalho, tomado banho e dormido, como se tivesse passado apenas uma noite.
No total, passei mais de três dias contados nessa realidade paralela, sentindo e vendo o tempo passar. Quando acordei, fiquei sem palavras, sem reação, por algumas horas. Fui trabalhar de novo e passei o dia todo quieto, reflexivo e lembrando de cada sensação e experiência naquela realidade.
Acho que passei uns dois dias calado, só pensando no que aconteceu, pois foi muito forte. Semanas depois, fui pesquisar e estudar sobre assuntos relacionados a vortex temporais, realidades paralelas, mundos paralelos e dimensões superiores e inferiores.
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CAPÍTULO 3 - O APRENDIZADO
E foi daí que eu decidi seguir esse caminho do esoterismo e espiritualidade, pois depois de tudo isso, abriu-se um leque na minha mente sobre o que eu acreditava e sobre o que realmente existia, até onde os meus limites e a minha mente me levavam e até onde eles me limitam.
Depois desse sonho, ou melhor, dessa projeção astral, consegui ser mais receptivoz e me abrir a novas experiências, estudos, energias e crenças, pois tudo que temos hoje é a melhor versão de qualquer realidade.
Depois dessa projeção também entendi alguns significados de outros sonhos que já tive e outras projeções, me fez buscar o conhecimento para entender o que acontecia ao meu redor e comigo.
c o n c l u s ã o
A alta aceitação e o amor próprio foram as principais questões que me foram trabalhadas depois dessa e de todas as outras experiências sobrenaturais, pois foi de dentro para fora e a mudança foi instantânea. As experiências sobrenaturais foram apenas desculpas que a espiritualidade nos dá e me deu para nossa evolução, tanto pessoal quanto espiritual.
Para algumas pessoas, é por meio do trabalho, da saúde, de provas, de lutas, de alegrias, de tristeza, de pobreza, de riqueza, de amor, de dor, de bem e de mal. Pois todas as possibilidades e experiências pelas quais passamos e podemos passar são apenas para nossa evolução e caráter, como espírito, mas principalmente como ser humano.
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Carta (0) ou (22) - O Louco |
O Louco é a primeira carta do Tarot e representa o início de uma nova jornada. É um convite para ser corajoso, confiar no universo e seguir sua intuição.
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